Não é tarefa fácil lidar com as perdas, principalmente quando se trata de alguém que amamos. Não demora a saudade chega, a ausência nos perturba e as lembranças nos roubam o sono, não raro acompanhado por um pranto pungente que se acomoda, furtivo, em nossos travesseiros. É a dor da não presença ao constatarmos o fato de que aquele ente amado não mais estará próximo a nós, da maneira como nos acostumamos e como sempre apreciamos tê-lo, pois nos era importante que ali ele estivesse.
Todavia, o final a todos chega – talvez prematuramente para uns, talvez na hora certa para outros. Cabe a nós estarmos prontos para o momento a ser enfrentado, permitindo que a fé, o tempo e o próprio amor auxiliem no reconforto de todas as nossas tristezas. Quem se vai se nos amava, certamente trocaria as lágrimas em nossos rostos por ávidos sorridos de esperança.
Não é tarefa fácil lidar com nossas perdas, com a ausência forçada e imutável de alguém que tanto amávamos e que a morte nos tomou. Mas a vida continua e precisamos vivê-la, seguindo a passos firmes rumo a cada desafio que a existência nos impõe. Esquecer não é opção, a saudade não é irrelevante e nem tão pouco nos cabe acreditar que o passado nunca existiu. A vida continua e espera que lhe ofereçamos o que temos de melhor, pois aos que nela acreditam é facultado o prêmio de pulsar nos corações de todos os que ficarem nos guardando com amor...

Dedicado a Florentina C. Brandão (*1925-2011+)


Texto: Sérgio Cortez

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